quinta-feira, 4 de abril de 2013

Petrobrás em crise? Faz-me rir!

Mais um bom artigo do nosso colaborador, e publicado no Blog da Kika Castro:

Petrobrás em crise?

Texto escrito por José de Souza Castro:
Interessante a defesa que o ex-presidente da Petrobras e atual secretário do Planejamento da Bahia, José Sérgio Gabrielli de Azevedo, fez nesta quarta-feira (3 de abril) na seção Tendências/Debates da "Folha de S.Paulo". Sob o título “Pré-sal, Petrobras e o futuro do Brasil”, o jornal publicou este destaque extraído do texto: “Dizem que a Petrobras não terá condições de ser operadora única no pré-sal. É um claro sinal de miopia e defesa do interesse de poucos”.
Outros destaques poderiam ser os seguintes:
  • Sete anos após a descoberta, já são extraídos mais de 300 mil barris/dia e ela terá sete novas unidades de produção ainda em 2013.
  • Até 2020, apenas nas áreas já concedidas e da cessão onerosa, serão 2,1 milhões de barris/dia – marca que já supera toda a produção nacional atual.
  • Só para comparar, para alcançar a marca dos 300 mil barris/dia, foram necessários 17 anos na porção americana do golfo do México e nove anos no mar do Norte.
  • A empresa está pronta e atuando na plenitude do que uma petrolífera pode fazer, sempre priorizando o Brasil: 98% dos investimentos e 95% da produção da companhia estão no país.
  • Somente a Petrobras pode apresentar um plano com a instalação de 38 plataformas de 2013 a 2020 e US$ 107 bilhões em desenvolvimento da produção. Só ela tem 69 sondas flutuantes de perfuração em operação para a construção e manutenção de seus poços.
  • A empresa construiu nos últimos dez anos parcerias com mais de 120 universidades e centros de pesquisa no Brasil. Sem alta tecnologia – e uma rede com milhares de especialistas espalhada por todo o país –, não seria possível produzir com tamanha eficiência.
  • O valor de mercado da companhia, mesmo depois da crise global de 2008 e a queda do preço internacional do barril de petróleo, é hoje mais de dez vezes maior se comparado com 2003.
  • As novas regras foram aprovadas pelo Congresso depois de um amplo debate na sociedade. Foi objeto de grande resistência por parte daqueles que se beneficiavam do modelo das concessões. Agora esses interesses se reaglutinam e formam a base do ataque atual à empresa.
  • Além de negar a realidade, em uma falsa transmutação de uma empresa pujante em uma empresa em crise, colocam em segundo plano o potencial que os 30 bilhões de barris descobertos até aqui representam para nossa sociedade: a capacidade de ajudar na melhoria da vida do brasileiro, o que tanto incomoda a oposição e a coloca em alerta com a proximidade das eleições de 2014.
José Sérgio Gabrielli não citou nomes, nem precisava. No dia 12 de março, num seminário promovido pelo PSDB, deu-se destaque à perda de 41,2% do valor de mercado da Petrobras, que foi ultrapassada pela Ambev, fabricante de cervejas. Em março de 2010, a Petrobras só perdia para a Exxon Mobil e a PetroChina, em valor de mercado, hoje está em sétimo lugar.
O valor de mercado é calculado pela cotação das ações de uma empresa nas bolsas de valores. A imprensa vem falando de crise na Petrobras desde o começo do ano e quem acreditou nisso – em geral, aqueles que confiam na grande imprensa e no PSDB – procurou vender suas ações. A ação ON estava cotada em R$ 23,62 em 3 de abril do ano passado, caiu para R$ 20,58 no primeiro pregão deste ano na Bovespa e, com as más notícias, continuou em baixa, chegando a R$ 14,23 três meses depois. Foi o fundo do poço. No dia do seminário do PSDB, já valia R$ 16,94 e fechou ontem em R$ 16,60.
A cotação continua patinando, mas se chegar logo aos R$ 23,62 de um ano atrás, quem vendeu na baixa pode se arrepender. E vai pôr a culpa em quem?
A Petrobras informou nesta semana, em seu blog, que no dia 30 de março suas refinarias no Brasil processaram 2,137 milhões de barris, um novo recorde. O anterior foi no dia 3 de março, com a marca de 2,125 milhões de barris de petróleo refinados. Não parece serem números de uma empresa em crise.
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Leitor da Folha pode ler a íntegra do artigo de Gabrielli AQUI. Ele está disponível também no site do Senado.

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