Texto escrito por José de Souza Castro:
A taxa de desemprego (que o governo prefere chamar de “taxa de desocupação”) subiu neste ano e chegou ao fim de junho em 11,3%. É a maior desde que a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio Contínua começou a ser feita em janeiro de 2012. E deve ultrapassar os 13% até o começo do ano que vem, conforme explica neste vídeo, no final da reportagem, a repórter especial e ex-editora de Mercado da “Folha de S.Paulo”, Ana Estela de Sousa Pinto.
Uma curiosidade: Ana Estela escreveu, juntamente com a editora deste blog, o livro “A Vaga é Sua”, que ensina aos recém-formados em jornalismo como entrar no mercado de trabalho. O livro foi publicado pela Publifolha em 2010. Desde então, os jornalistas terão que se esforçar muito mais para não fazerem parte dessa estatística de 11,3% de brasileiros desempregados.
Jornalismo é um dos setores mais atingidos pela recessão. Mas ela faz vítimas em todos os setores, em todos os Estados. Piorando, desde o início do processo presidido pelo juiz Sérgio Moro com o objetivo declarado – mas não só ele, sabe-se hoje – de punir os que praticaram corrupção na Petrobras. A empresa que, desde o início do governo petista, foi escolhida para impulsionar a economia brasileira e gerar milhões de empregos no Brasil.
O que aconteceu com a maior estatal brasileira foi um ataque sistemático para enfraquecer, tanto ela, como os presidentes Lula e Dilma, para que o PT fosse excluído do poder e o petróleo do pré-sal incluído no portfólio das grandes petroleiras internacionais.
Hoje isso já ficou bem claro, com o início da venda de partes do pré-sal pelo governo Michel Temer. E com 1,4 milhão de pessoas cortadas na folha de pagamento das indústrias só no segundo trimestre deste ano.
E a Petrobras, ela não estava falida por causa da corrupção? Por causa, ainda, do grande endividamento e do baixo preço do petróleo? Agora que já se apossou da empresa, o governo interino trata de desmentir. No dia 13 de julho, a Agência Petrobras publicou o seguinte:
“O Brasil deve apresentar, em 2017, o
maior crescimento na produção de petróleo entre as nações que estão fora
da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep).
Segundo relatório divulgado pela entidade nesta terça-feira (12), serão
3,37 milhões de barris por dia no fim do próximo ano.
Todo esse avanço deve ser proporcionado
por sete novas plataformas da Petrobras que começam a operar no próximo
ano, todas elas na bacia de Santos. A avaliação é de que Brasil e Canadá
apresentarão os melhores desempenhos fora da Opep.
O Brasil ainda responderá por metade de
toda a expansão da América Latina. Gasolina e óleo diesel estão entre os
itens com maior potencial de produção, e a expectativa da Opep é de que
esse aumento seja usado para abastecer a indústria e segmentos ligados a
transporte.
O relatório ainda aponta que, em 8 de
maio, a produção de petróleo bruto, a partir de campos do pré-sal,
ultrapassou 1 milhão de barris de petróleo por dia – essa foi a primeira
vez que esse volume foi registrado.”
Então, está tudo bem, agora… Mas é preciso convencer disso os
próprios empregados da Petrobras, muitos deles em greve. O Informativo
FUP, da Federação Única dos Petroleiros, datado de 16 deste mês, traz
editorial comentando que no mesmo dia 12 de julho, quando a Câmara dos
Deputados aprovou o regime de urgência para o Projeto de Lei 4567/16,
que abre o pré-sal ao controle estrangeiro, a Organização dos Países
Exportadores de Petróleo divulgou relatório mensal no qual afirma que o
Brasil alcançará em 2017 o maior aumento de produção de petróleo fora da
Opep, atingindo 3,37 milhões de barris por dia. Segundo o estudo, nós
estamos na direção contrária à das outras nações, cuja média diária do
aumento de extração deverá ser reduzida à metade no próximo ano. A Opep
também apontou o Brasil como o único país da América Latina que
aumentará a produção em 2016. E acrescenta:
“Tudo graças aos excelentes resultados
operacionais da Petrobrás, que, a despeito dos seguidos recordes de
produção, continua sendo dilapidada por seus gestores e está na
iminência de perder as garantias legais que lhe permitem participar de
todos os campos do Pré-Sal e ser a única operadora destas reservas. Esse
é o objetivo do governo interino de MiShell (sic)Temer, que corre para
aprovar o PL 4567, enquanto já articula novas mudanças nas regras do
Pré-Sal, inclusive um leilão a toque de caixa para o primeiro trimestre
de 2017, quando pretende entregar às multinacionais campos vizinhos aos
que já estão sob a operação da Petrobras.”
(fonte: https://kikacastro.com.br/2016/08/19/taxa-de-desemprego-no-brasil-vai-passar-de-13-ate-2017/#more-12901)
Nenhum comentário:
Postar um comentário