Por Antônio de Paiva Moura
(Sem
nunca ter elegido um presidente da República, o PMDB esteve sempre no poder)
O MDB (Movimento Democrático
Brasileiro) surgiu por oposição à ARENA (Aliança Renovadora Nacional), partido
único no início da ditadura militar de 1964. O MDB, como movimento conseguiu
catalisar as forças contrárias ao regime militar.
1º Golpe – Em 1979 passou a
denominar-se PMDB e desde então assumiu o caráter clientelista dominador de
currais eleitorais, onde prevalece o patrimonialismo. Virar as casacas,
abandonar o movimento democrático foi um golpe nas correntes progressistas de
sua original formação.
2º Golpe – Em 1984 José Sarney criou
a Frente Liberal que acabou sendo o PFL. Em seguida fez coligação com o PMDB na
chapa de Tancredo Neves à presidência da República. Como Tancredo faleceu antes de tomar posse, o
vice Sarney assumiu a presidência. Se permanecesse no PFL não teria apoio do PMDB
para governar. Sarney, então, pulou para o BMDB. Os interesses particulares e
oligárquicos levaram o governo Sarney ao fracasso com uma brutal inflação. O
PMDB foi o principal responsável por tal crise porque fez de Sarney seu refém.
3º Golpe – Itamar Franco, que havia
sido ligado ao PMDB, era vice de Fernando Color de Melo. Por conveniência
filiou-se ao PRN mas, em seguida passou a discordar do Plano Color para a
Economia. Por isso desligou-se do PRN. No processo de Impeachment de Color, em
1992, a bancada do PMDB foi decisiva e Itamar Franco assumiu a chefia do
governo.
4º Golpe – Para manter a
governabilidade com apoio do Congresso, Lula teve que destinar ao PMDB os cargos
mais importantes do executivo. Ministério das Minas Energia, onde ancoram a
Petrobras, Eletrobras; Caixa Econômica Federal e Banco do Brasil. Se não fosse
assim Lula teria sofrido golpe institucional com perda de seu mandato. No
Governo Dilma Rousseff, apesar de o PMDB acumular a maioria dos ministérios, o
seu parceiro de chapa, vice-presente da República Michel Temer, PMDB, queria
mais: o seu lugar na presidência. Para conseguir seu intento, contou com o apoio
do presidente da Câmara dos Deputados Eduardo Cunha, PMDB. O resto da história
todo mundo já sabe.
5º Golpe – Em 2014, como Fernando
Pimentel havia sido colega de Antônio Andrade, PMDB, na formação do Ministério
de Dilma, convidou-o para fazer parte da chapa ao governo de Minas Gerais. Da
mesma forma que Michel Temer, Antônio Andrade não se conformava com a condição
de substituir eventualmente o governador e rompeu com Pimentel, traindo a
coligação. Em 2018, Adenclever Lopes, presidente da Assembléia Legislativa de
Minas Gerais permitiu a tramitação do processo de Impeachment contra o
governador Fernando Pimentel. Se não se consumar o golpe institucional com o
afastamento do governador, a traição e o golpe político já foram consumados.
6º Golpe – Em 2017, quando não havia
mais coligações a serem traídas e nem a quem dar golpe institucional e assumir
o poder, o PMDB tenta dar um golpe no povo. Como o partido ficou desgastado com
tantos figurões processados e julgados, seus dirigentes pensaram que voltar à
denominação antiga MDB, apagará da memória coletiva essa imagem negativa. O
camaleão é assim: Quando percebe algum perigo por perto, muda de cor e se
confunde com os objetos em seu redor para enganar seus algozes.
A par de tais fatos históricos os
candidatos a presidência da República já começam a rechaçar coligação com o MDB.
Ciro Gomes declarou à repórter Sueli Costa que não aceita míngüem do MDB em sua
chapa. Para ele esse partido é uma quadrilha de mafiosos. Mas vê dificuldade de
quem quer que seja que se eleger presidente, formar uma base parlamentar no
Planalto.
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