Este artigo, publicado hoje no GGN - Blog do Nassif - reforça a tese de que o fascismo não morre, ele apenas, como um camaleão, se amolda a circunstâncias novas.
Cidade nos EUA está preocupada com chegada de neonazistas
Do Opera Mundi
População de Leith está preocupada com a chegada de neonazistas à região
A pequena cidade de Leith, na Dakota do
Norte, Estados Unidos, está se preparando para um fenômeno fora do
comum. O local foi escolhido por membros de movimentos de extrema
direita para se transformar numa comunidade de supremacia branca,
recebendo grupos neonazistas norte-americanos como o NSM (Movimento
Socialista Nacional Americano) e o WAR (Resistência Ariana Branca).
O processo começou há dois anos, quando
Paul Craig Cobb, procurado pela justiça do Canadá por defender a
supremacia branca e promover a discórdia num fórum de discussões na
internet, mudou-se para Leith e começou a comprar extensas porções de
terra na região.
Seu objetivo, assinalado pela
organização norte-americana South Poverty Law Center, que monitora
movimentos de extrema direita, é, silenciosamente, construir uma
comunidade neonazista no local, que possui apenas 24 habitantes. A
informação foi publicada pelo jornal inglês The Guardian neste domingo (22/09).
Assim, Cobb está no processo de
transferir algumas de suas propriedades para Jeff Schoep, comandante da
NSM, para Tom Metzger, um antigo membro da Ku Klux Kan, e para April
Gaede, fundador do grupo extremista Vanguarda Nacional.
Segundo Heidi Beirich, do Southern
Poverty Law Center, essa não é a primeira tentativa de Cobb, de 61 anos,
de instaurar comunidades de coletivismo racista. “Cobb foi
provavelmente muito além do que qualquer outro na perseguição por essa
ideal de supremacia branca”, disse Beirich, que confirmou iniciativas
semelhantes lideradas por ele nas localidades de Idaho e Montana.
Ativistas contra o racismo de outras
partes da Dakota do Norte e do estado vizinho de Minnesota também são
esperados na cidade. “Não podemos aceitar esse ódio racista que eles
estão trazendo para cá. Leith está em crise e desesperadamente
precisando de ajuda” afirmou Jeremy Kell, um dos organizadores da ação
contrária à comunidade neonazista, ao Bismarck Tribune.
Para os 24 habitantes de Leith, a
perspectiva de assistirem à sua cidade ser tomada por um movimento de
supremacia branca não é nada bem vinda. Conforme relatou o prefeito da
cidade, Ryan Schock, os cidadãos estão muito preocupados e iniciam uma
articulação para encorajar Cobb a deixar o local.
Dentre as possibilidades de ação
discutidas por eles, estão a criação de um fundo de defesa para pagar
taxas legais, permitindo aos moradores empreender ações na justiça
contra Cobb. Outra atitude que foi proposta é abandonar o status
municipal de Leith antes que os neonazistas se tornem a maioria da
população da cidade, e cheguem a controlar a prefeitura do local.
Todo o burburinho que envolve os planos
de Cobb fez com que nenhum proprietário da cidade continuasse a negociar
com ele. Diante disso, Jeff Shoep, acusou “extremistas de esquerda” de
tentarem retirar Cobb de sua casa, e assinalou que viajará à Leith a fim
de “plantar as sementes do Nacional Socialismo na Dakota do Norte”.
“Craig Cobb não está sozinho, e não será
expulso ou forçado a sair. Documentos legais estão sendo preparados
para garantir seus direitos civis, e outros novos moradores de Leith não
serão violados”, afirmou o comandante da NSM.
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