SUÍÇA PEGA PROPINA DE 800 MIL EUROS NO CASO ALSTOM
Recursos
foram depositados na conta de um ex-diretor da Companhia Paulista de
Trens Metropolitanos em 1997 e 1998, anos em que São Paulo era governada
pelo tucano Mario Covas; de acordo com os promotores suíços, dinheiro
tem origem em esquema de corrupção para favorecer a multinacional
francesa; de acordo com as denúncias, propinoduto inaugurado no governo
Covas teria sido mantido nas gestões de José Serra e Geraldo Alckmin;
furo de reportagem é do jornalista Fausto Macedo
14 DE OUTUBRO DE 2013 ÀS 08:10
247 –
Autoridades da Suíça comprovaram por documentos ao Ministério Público
que um ex-diretor da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM)
recebeu 800 mil euros como propina da Alstom em conta.
Segundo furo de reportagem do jornalista Fausto Macedo, do Estadão (leia aqui), o dinheiro foi depositado entre 1997 e 1998 - durante o primeiro mandato de Mário Covas.
Os
investigadores suíços se dizem convencidos de que trata-se de verba do
esquema de corrupção montado pela multinacional francesa para favorecer
cartel em um contrato de reforma de trens da companhia.
O
caso do propinoduto teria sido mantido nas gestões tucanas de José
Serra e Geraldo Alckmin, de acordo com denúncia da Siemens,
multinacional alemã, que fechou acordo de leniência com o Conselho
Administrativo de Defesa Econômica (CADE).
Acordo Milionário
Na
Suíça, a Alstom pagou à Justiça US$ 43,5 milhões para suspender o
processo no qual era acusada de corrupção e lavagem de dinheiro no
Brasil. No decorrer do processo, executivos confessaram ter distribuído
propinas de US$ 6,5 milhões a gente da administração estadual de São
Paulo, em troca de um contrato de US$ 45 milhões para a expansão do
metro, entre 1998 e 2001.
Nos
Estados Unidos, em abril deste ano, um executivo da Alstom foi
condenado à prisão por corromper funcionários públicos. Na Zâmbia, a
multi teve de devolver US$ 9,5 milhões e ser punida com três anos de
exclusão de licitações do Banco Mundial.
No
Brasil? Nenhuma punição até agora. Na ocasião do fato narrado, o
ex-primeiro-genro David Zilberstjan, darling no governo Fernando
Henrique, foi secretário de Energia entre 1995 e 1998, no governo Mario
Covas. Sucedeu-o, ainda em 1998, o atual vereador Andrea Matarazzo,
braço direito do ex-governador José Serra. O secretário de Transportes
era Mauro Arce, homem de confiança dos tucanos, que permaneceu no cargo
por três governos seguidos.
Uma
intermediação teria sido feita, segundo acusações formais da Alstom na
Suíça, pelo sociólogo e empresário Claudio Luiz Petrechen Mendes,
ex-secretario-adjunto de Robson Marinho, por sua vez ex-presidente da
Assembleia, ex-conselheiro do TCU e atual deputado federal. Fundador do
PSDB e covista de carteirinha. O governo da Suíça declarou que Marinho
guardara US$ 3 milhões em seus bancos, sob suspeita de ter praticado
lavagem de dinheiro.
Quebra de sigilo dos réus
A
justiça de SP eterminou a quebra do sigilo bancário e fiscal de 11
pessoas, incluindo do vereador Andrea Matarazzo, que participou da
arrecadação do caixa dois da campanha à reeleição do ex-presidente
Fernando Henrique Cardoso, em 1998, e ajudou a levantar cerca de US$ 20
milhões junto à Alstom.
A
quebra do sigilo autorizada pela Justiça abrange o período entre 1997 a
2000. O furo de reportagem é do jornalista Fausto Macedo, do Estado de
S. Paulo. As pessoas atingidas pela decisão judicial são: Andrea
Matarazzo (atual vereador do PSDB e ex-secretário de energia), Eduardo
José Bernini, Henrique Fingerman, Jean Marie Marcel Jackie Lannelongue,
Jean Pierre Charles Antoine Coulardon, Jonio Kahan Foigel, José Geraldo
Villas Boas, Romeu Pinto Júnior, Sabino Indelicato, Thierry Charles
Lopez de Arias e Jorge Fagali Neto, (ex-presidente do Metrô).
Em 6 de agosto deste ano, o 247 publicou a informação de que Matarazzo já havia sido indiciado pela Polícia Federal (leia aqui).
No dia 13 de agosto, outra reportagem apontou que R$ 3 milhões
levantados junto à Alstom foram direcionados para o caixa dois da
campanha à reeleição do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso – o que,
à época, chegou até a ser denunciado por Folha e Veja (leia aqui).
No
entanto, apesar de todos os indícios, Matarazzo e o comando do PSDB em
São Paulo vinham sendo poupados. Com a determinação de quebra do sigilo
bancário e fiscal dos envolvidos, rompe-se o cerco, muito embora ainda
exista certa cautela. O G1, por exemplo, noticia a quebra do sigilo de
11 pessoas. O que importa, no entanto, é a presença de Andrea Matarazzo
no time. Lá, ele não é apenas um entre onze.
fonte: http://www.brasil247. com/pt/247/sp247/117728/Suíça- pega-propina-de-800-mil-euros- no-caso-Alstom.htm
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