Uma colaboração do nosso sumido colaborador prof. Antônio Moura:
Socialismo
Socialismo é uma
doutrina política e econômica que surgiu no final do século XVIII e se
caracteriza pela ideia de transformação da sociedade através da distribuição
equilibrada de riquezas e propriedades, diminuindo a distância entre ricos e
pobres.
A diferença entre socialismo e
comunismo é que este se propõe utilizar o socialismo apenas como um meio para
efetuar as transformações revolucionárias. Segundo Karl Marx, a fórmula para
alcançar a igualdade na sociedade não era levada em conta, pelos socialistas
utópicos, uma forma prática de ação efetiva contra o capitalismo. Surge, então,
com Karl Marx e Friedrich Engels, o chamado socialismo científico, que tinha
como base primordial, entender a fundo o capitalismo e as contradições
existentes no mesmo. O segundo fundamento teórico do socialismo científico é a
luta de classes e a revolução que deveria partir do proletariado. O socialismo
utópico acreditava que com a doutrinação filosófica e com a evolução pacífica a
sociedade iria conquistar a igualdade.
Na concepção marxista o socialismo é um
meio de vencer etapas da transformação social até chegar ao comunismo. A
primeira etapa é a evolução dentro do próprio capitalismo que é a passagem da
forma de remuneração para o assalariado. A segunda etapa é o controle dos meios
de produção pelas classes trabalhadoras. A terceira etapa são as organizações
sociais criando condição para que o homem verdadeiramente livre, racional,
ativo e independente proporcione a efetivação do comunismo.
O que teria levado Marx, um doutor em
filosofia a abraçar a causa do proletariado de sua época. Primeiramente, a
força de trabalho do proletariado urbano havia se tornado a maior produtora de
riquezas no século XIX. Organizada e consciente a classe trabalhadora poderia
obter força capaz de pressionar as classes proprietárias dos meios de produção.
Segundo Amadeu Santos (2014), o que mais sensibilizou Marx foi uma discussão
sobre a Lei de Repressão ao Roubo de Lenha. Os camponeses e pobres europeus que
viviam próximos às matas e tinham o hábito de recolher gravetos e galhos de
árvores caídos, para se aquecerem durante o inverno, foram considerados
invasores e ladrões. Daí as prisões e repressões sobre aqueles humildes
camponeses. Esse episódio fez Marx ver como o Direito servia apenas àqueles que
mantinham o poder. Com a classe proletária s situação não era diferente dos
camponeses catadores de lenha. Daí o
raciocínio de que o alvo da sociedade era a liberdade. Liberdade no sentido de
independência, apoiada no fato de o homem valer-se a si próprio, utilizando
suas próprias forças e relacionando produtivamente com o mundo.
Belo
Horizonte, 22 de janeiro de 2014.
Antônio
de Paiva Moura
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