Como se esperava, passado o governo petista, a Petrobras volta a ser o sonho dos investidores no Brasil e no mundo. Lula ainda não foi preso, como alguns chegaram a divulgar que ele seria na segunda-feira, 17 de outubro. Ao invés disso, na parte da manhã, a estatal informou ao mercado um novo recorde na produção de petróleo e gás em setembro. Há alguns anos, fatos relevantes só eram divulgados após o fechamento do pregão da Bovespa, mas parece que isso também mudou.
E as ações da Petrobras valorizaram durante o dia 2,85% (PETR3) e 3,94% (PETR4). Festa na Bovespa…
Para quem acompanhou o noticiário da segunda-feira, chamou a atenção o fato de que o novo recorde na produção total de óleo e gás na área do pré-sal, com alta de 7,3% sobre agosto, mês em que se registrara também recorde, não foi destaque na imprensa. No R7, portal da TV Record, o pré-sal só entrou no sétimo parágrafo. Curiosidade: a fonte da notícia é a Reuters, uma agência internacional.
No Valor e no G1, do Grupo Globo, o pré-sal deu as caras no quarto parágrafo. Na Folha/UOL e Portal Brasil, no terceiro parágrafo. Ninguém achou necessário pôr o pré-sal no título, nem mesmo o site da Petrobras. Neste site, ficou também no terceiro parágrafo:
“A produção de petróleo e gás natural
operada por nós (parcela própria e dos parceiros) na camada pré-sal
também bateu novo recorde mensal em setembro, ao alcançar 1,46 milhão de
barris de óleo equivalente por dia (boed). Esse volume corresponde a um
aumento de 7,3% em relação ao mês anterior.
Esse resultado se deve, principalmente, ao crescimento da produção dos campos de Lula e Sapinhoá, ambos na Bacia de Santos.
Em setembro, a produção média de petróleo
que operamos no pré-sal bateu também novo recorde mensal, de 1,17 milhão
de barris de petróleo por dia (bpd). Além disso, alcançamos com nossos
parceiros novo recorde de produção diária de óleo naquela província, ao
produzirmos, no dia 07/09, o volume de 1,23 milhão de bpd.”
O que terá acontecido com o senso jornalístico, para minimizar a
produção do pré-sal no momento em que o Congresso Nacional debate a
proposta do senador José Serra para abri-lo às multinacionais do
petróleo?O jornalista Fernando Brito, em seu site “Tijolaço”, remou contra a maré, ao dar este título, “Pré-sal, com novo recorde, já é 53% da produção da Petrobras no Brasil”, e abrir o post, publicado na segunda-feira, deste modo: “O pré-sal, aquela “porcaria” da qual o governo Temer e o energúmeno que administra a Petrobras querem se livrar o mais rápido possível, já responde por mais de 50% da produção brasileira de petróleo e gás e por exatos 53,1% da produção da petroleira nacional dentro do Brasil.” E conclui: “Judas é pouco para chamar essa gente que quer alienar essa riqueza imensa”.
Se Judas quer vender o pré-sal na bacia das almas, precisa agir rapidamente. O preço internacional do petróleo vem subindo. Só na segunda-feira, o contrato do Brent subiu 0,79% a US$ 51,54 o barril, conforme o Bloomberg.
O que fazem os senadores e deputados que não aprovam logo o projeto de lei do ministro das Relações Exteriores? Temer, que tem viajado muito pelo mundo desde que assumiu, deve estar aflito por sancioná-lo logo que chegue a seu gabinete no Planalto. Desse modo, sua recepção pelos colegas estrangeiros, até agora fria e constrangida, deve melhorar significativamente…
(fonte: https://kikacastro.com.br/2016/10/19/urge-vender-pre-sal/#more-13149)
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