Parece piada, mas não é... A Folha de São Paulo esmera-se em tentar esconder o tucano José Serra de qualquer acusação que lhe é feita. Também pudera! Ele assinou o jornal para todas as escolas de São Paulo, assim como colocou revistas da Abril nas casas dos professores estaduais e nas escolas também...
Mas o grande corrupto é o Lula, o Zé Dirceu, com certeza devem ter sido os mentores do Vampiro.
Quem é o sujeito oculto?
Por Luciano Martins Costa em 12/11/2013 na edição 772
Comentário para o programa radiofônico do Observatório, 12/11/2013
Quando a ombudsman da Folha de S. Paulo
alertou, no domingo (10/11), para a malícia presente na manchete do
mesmo jornal, na sexta-feira anterior (8), ela estava se referindo a um
caso específico, mas também abrindo a possibilidade de o leitor atento
observar como a imprensa atua na manipulação da opinião do público.
“Prefeito sabia de tudo, diz fiscal preso,
em gravação” – essa era a manchete criticada pela ombudsman, anotando
que o prefeito de São Paulo chama-se Fernando Haddad e o personagem da
notícia era o ex-prefeito Gilberto Kassab.
O fiscal em questão foi subsecretário da
Receita do município durante a gestão de Kassab, e está envolvido em um
esquema que pode ter desviado pelo menos R$ 500 milhões de reais. A
quantia pode ser ainda maior, se considerada a suspeita de que o grupo
vinha atuando desde 2002, quando Marta Suplicy era a prefeita.
O título na primeira página do jornal
paulista foi visto pela ombudsman como um erro, nascido da disposição
dos editores de transcrever na íntegra a declaração do personagem. “O
jornal foi mais realista que o rei, numa cobertura bem delicada”, diz a
defensora dos leitores.
Acontece que sempre há um dia depois do
outro, caso contrário não haveria jornais. E a sequência dos dias induz o
leitor e a leitora atentos a desconfiarem de que houve mais malícia do
que realismo naquela escolha da sexta-feira.
Na verdade, não apenas a Folha mas
os outros jornais e o noticiário da televisão estão divulgando uma
versão diferente daquela que se pode ouvir claramente nas conversas
entre supostos membros da quadrilha. Em telefonema gravado no dia 18 de
setembro e incluído no inquérito, com autorização judicial, um dos
envolvidos fala claramente, logo após o trecho que foi destacado pela
manchete da Folha: “Chama o secretário e os prefeitos com quem trabalhei. Eles tinham ciência de tudo”.
O teor da declaração pode ser conferido no arquivo do Jornal Nacional, da TV Globo, edição do dia 7 de novembro (ver aqui), com a amplificação do áudio.
Na conversa com outra funcionária da
Prefeitura, o auditor fiscal Ronilson Bezerra Rodrigues, acusado de
chefiar a máfia da propina, se refere ao secretário e aos “prefeitos”
com quem havia trabalhado, ou seja, insinua que o esquema começou antes
do mandato de Gilberto Kassab.
Por que razão os jornais insistem em que ele se referiu apenas a um dos
prefeitos com quem havia trabalhado? E qual seria o interesse da Folha em envolver o atual prefeito, que está patrocinando a investigação?
Picotando o noticiário
Os personagens do esquema eram ligados à Secretaria de Finanças do
Município, cujos chefes foram herdados por Kassab da gestão anterior, do
ex-prefeito José Serra. A rotina do grupo era abater impostos de
grandes construtoras e quitar débitos com a Prefeitura, mediante
pagamento de propina. A prática minou a capacidade de investimento do
município.
Entre outras suspeitas, por exemplo, os jornais poderiam investigar o
destino do processo envolvendo diretores da CDHU – Companhia de
Desenvolvimento Habitacional e Urbano, que tinha reflexos nas finanças
da capital paulista. Por outro lado, a curiosidade jornalística deveria
induzir os editores a buscar conexões entre esse escândalo e o caso de
superfaturamento nas obras do metrô e do sistema de trens
metropolitanos, porque a lógica dos crimes é a mesma.
Mas o interesse da Folha de S. Paulo não parece ser o de
esclarecer os fatos de uma forma ampla. Na edição de terça-feira
(12/11), por exemplo, a manchete do jornal outra vez ignora os indícios
de que a quadrilha atuava ainda antes da posse de Gilberto Kassab e
anuncia: “Fiscal suspeito foi da equipe de secretário de Haddad”.
Se um dos acusados afirma ter documentos “desde 2002”, e ameaça delatar
todo o grupo, causando um megaprocesso, “igual ao da máfia italiana na
década de 90”, por que razão a Folha foge da grande história e
tenta a qualquer custo envolver o atual prefeito, que criou a
Corregedoria do Município e resolveu quebrar a quadrilha?
A cobertura do Estado de S. Paulo limita o período de atuação da
quadrilha aos dois mandatos de Kassab (2006-2012) e ainda se concentra
nos conteúdos das gravações, o que produz um noticiário fragmentado e
induz o leitor a imaginar que se trata de um caso eventual de corrupção.
O Globo, que se baseia em informações do Ministério Público do
Estado, oferece aos seus leitores um quadro mais amplo, com dados sobre
os grandes valores desviados para contas no exterior e informando mais
sobre a sofisticação do esquema.
Quem a Folha de S. Paulo estaria tentando proteger?
Parodiando a ombudsman do jornal, quem seria o “sujeito oculto”?
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