O que mais se ouve falar é em qualidade de vida. Quando se fala muito sobre algo, é porque este algo inexiste, ou, se existe, está restrito a poucos.
Mexendo hoje em meus arquivos, encontrei um longo texto assinado por Luiza Nagib Eluf falando sobre essa questão. Tomo a liberdade de transcrever os dois primeiros parágrafos, que sintetizam bem o texto que ela escreveu e que foi publicado em 2002, na Revista Consultor Jurídico.
As fotos que acompanham foram tiradas por mim. Pena que não foi no Brasil!
Nossa sociedade é tão obcecada pelo dinheiro, pela ostentação e pelo
hedonismo que a vida das pessoas transformou-se em eterna angústia. Em nome do poder econômico, tudo foi destruído: o meio ambiente, a decência, a
integridade moral e física do ser humano. Já em nome do sexo, que se tornou
obrigação, alguns obstinados se matam em academias enquanto outros se
mutilam em sucessivas cirurgias plásticas, sem falar nas dietas constantes
que transformam o ato de alimentar-se em frustração ou culpa.
O resultado disso é que muitos já não sabem mais como usufruir dos pequenos prazeres. Um copo de suco de laranja natural, um encontro casual com alguém interessante, uma refeição em família, uma árvore, um jardim, um rio de águas limpas, um momento de descanso, um livro, um filme. O cotidiano é mais importante do que os grandes feitos, os encantos da vida estão justamente no que é bom e acontece sem dificuldade. O equilíbrio emocional só é alcançado quando, em cada dia, é possível encontrar um pouco de beleza e amor. A felicidade resulta da paz, da harmonia interior e da integração com a natureza.
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