Já postei algo a respeito, mas volto hoje com este texto e um video. Professores, vejam, reflitam, lutem para que algo parecido possa ser feito aqui no Brasil!
O que vem antes: a qualidade do serviço público ou o imposto mais alto?
Duvido que no Brasil a elite
aceitaria tais condições. Aliás, nossos compatriotas detestam pagar
impostos (fazem de tudo para sonegá-los), mandam 1/3 do PIB para
paraísos fiscais para gastarem nas férias, quando estão no exterior. E
não vão à Escandinávia porque acham que lá é muito frio e terra de
vikings, mas bem que podiam ao menos se informar um pouco melhor sobre o
porquê do sucesso deles.
por Paulo Nogueira
Acaba de sair um levantamento sobre educação no mundo feito pela editora britânica que publica a revista Economist, a Pearson.
É um comparativo no qual foram incluídos países com dados confiáveis suficientes para que se pudesse fazer o estudo.
Você pode adivinhar em que lugar o
Brasil ficou. Seria rebaixado, caso fosse um campeonato de futebol.
Disputou a última colocação com o México e a Indonésia.
Surpresa? Dificilmente.
Assim como não existe surpresa no
vencedor. De onde vem? Da Escandinávia, naturalmente – uma região quase
utópica que vai se tornando um modelo para o mundo moderno.
Foi a Finlândia a vencedora. A
Finlândia costuma ficar em primeiro ou segundo lugar nas competições
internacionais de estudantes, nas quais as disciplinas testadas são
compreensão e redação, matemática e ciências.
A mídia internacional tem coberto o
assim chamado “fenômeno finlandês” com encanto e empenho. Educadores de
todas as partes têm ido para lá para aprender o segredo.
Se alguém leu alguma reportagem na
imprensa brasileira, ou soube de alguma autoridade da educação que tenha
ido à Finlândia, favor notificar. Nada vi, e também aí não tenho o
direito de me surpreender.
Algumas coisas básicas no sistema finlandês:
1)Todas as crianças têm direito ao mesmo ensino. Não importa se é o filho do premiê ou do porteiro.
2)Todas as escolas são públicas, e oferecem, além do ensino, serviços médicos e dentários, e também comida.
3) Os professores são extraídos dos 10% mais bem colocados entre os graduados.
4) As crianças têm um professor particular disponível para casos em que necessitem de reforço.
5) Nos primeiros anos de aprendizado, as crianças não são submetidas a nenhum teste.
6) Os alunos são instados a falar
mais que os professores nas salas de aula. (Nos Estados Unidos, uma
pesquisa mostrou que 85% do tempo numa sala é o professor que fala.)
sto é uma amostra, apenas.
Claro que, para fazer isso, são
necessários recursos. A carga tributária na Finlândia é de cerca de 50%
do PIB. (No México, é 20%. No Brasil, 35%.)
Já escrevi várias vezes: os
escandinavos formaram um consenso segundo o qual pagar impostos é o
preço – módico – para ter uma sociedade harmoniosa.
Não é à toa que, também nas listas
internacionais de satisfação, os escandinavos apareçam sistematicamente
como as pessoas mais felizes do mundo.
Para ver de perto o jeito finlandês de educar crianças, basta ver um fascinante documentário de 2011 feito por americanos.
Comecei a ver, e não consegui parar,
como se estivesse assistindo a um suspense. Achei no YouTube uma cópia
com legendas em espanhol. Está no pé deste texto.
Todos os educadores, todas as
escolas, todas as pessoas interessadas na educação, no Brasil, deveriam
ver e discutir o documentário.
Veja o documentário aqui:
Uma educação de excelência. Um vídeo maravilhoso que se transformou em uma aula para mim.
ResponderExcluirSim, os jovens querem ser professores na Finlândia e esse desejo inicia-se quando se é estudante.
De um total de 1.600 "aspirantes"/candidatos, apenas 10% é admitido.
Estamos nas cavernas da pré história: a imagem que fica ao assistir o vídeo-documentário.