quinta-feira, 16 de maio de 2013

Os jovens finlandeses desejam ser professores!

Já postei algo a respeito, mas volto hoje com este texto e um video. Professores, vejam, reflitam, lutem para que algo parecido possa ser feito aqui no Brasil!


O que vem antes: a qualidade do serviço público ou o imposto mais alto?



Duvido que no Brasil a elite aceitaria tais condições. Aliás, nossos compatriotas detestam pagar impostos (fazem de tudo para sonegá-los), mandam 1/3 do PIB para paraísos fiscais para gastarem nas férias, quando estão no exterior. E não vão à Escandinávia porque acham que lá é muito frio e terra de vikings, mas bem que podiam ao menos se informar um pouco melhor sobre o porquê do sucesso deles.
Acaba de sair um levantamento sobre educação no mundo feito pela editora britânica que publica a revista Economist, a Pearson.
É um comparativo no qual foram incluídos países com dados confiáveis suficientes para que se pudesse fazer o estudo.
Você pode adivinhar em que lugar o Brasil ficou. Seria rebaixado, caso fosse um campeonato de futebol. Disputou a última colocação com o México e a Indonésia.
Surpresa? Dificilmente.
Assim como não existe surpresa no vencedor. De onde vem? Da Escandinávia, naturalmente – uma região quase utópica que vai se tornando um modelo para o mundo moderno.
Foi a Finlândia a vencedora. A Finlândia costuma ficar em primeiro ou segundo lugar nas competições internacionais de estudantes, nas quais as disciplinas testadas são compreensão e redação, matemática e ciências.
A mídia internacional tem coberto o assim chamado “fenômeno finlandês” com encanto e empenho. Educadores de todas as partes têm ido para lá para aprender o segredo.
Se alguém leu alguma reportagem na imprensa brasileira, ou soube de alguma autoridade da educação que tenha ido à Finlândia, favor notificar. Nada vi, e também aí não tenho o direito de me surpreender.
Algumas coisas básicas no sistema finlandês:
1)Todas as crianças têm direito ao mesmo ensino. Não importa se é o filho do premiê ou do porteiro.
2)Todas as escolas são públicas, e oferecem, além do ensino, serviços médicos e dentários, e também comida.
3) Os professores são extraídos dos 10% mais bem colocados entre os graduados.
4) As crianças têm um professor particular disponível para casos em que necessitem de reforço.
5) Nos primeiros anos de aprendizado, as crianças não são submetidas a nenhum teste.
6) Os alunos são instados a falar mais que os professores nas salas de aula. (Nos Estados Unidos, uma pesquisa mostrou que 85% do tempo numa sala é o professor que fala.)
sto é uma amostra, apenas.
Claro que, para fazer isso, são necessários recursos. A carga tributária na Finlândia é de cerca de 50% do PIB. (No México, é 20%. No Brasil, 35%.)
Já escrevi várias vezes: os escandinavos formaram um consenso segundo o qual pagar impostos é o preço – módico – para ter uma sociedade harmoniosa.
Não é à toa que, também nas listas internacionais de satisfação, os escandinavos apareçam sistematicamente como as pessoas mais felizes do mundo.
Para ver de perto o jeito finlandês de educar crianças, basta ver um fascinante documentário de 2011 feito por americanos.
Comecei a ver, e não consegui parar, como se estivesse assistindo a um suspense. Achei no YouTube uma cópia com legendas em espanhol. Está no pé deste texto.
Todos os educadores, todas as escolas, todas as pessoas interessadas na educação, no Brasil, deveriam ver e discutir o documentário.
Veja o documentário aqui:
 
 
 

Um comentário:

  1. Uma educação de excelência. Um vídeo maravilhoso que se transformou em uma aula para mim.
    Sim, os jovens querem ser professores na Finlândia e esse desejo inicia-se quando se é estudante.
    De um total de 1.600 "aspirantes"/candidatos, apenas 10% é admitido.
    Estamos nas cavernas da pré história: a imagem que fica ao assistir o vídeo-documentário.

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