Emails vazados pelo Wikileaks revelam: todo o establishment está
com ela – em especial a oligarquia financeira e o complexo
industrial-militar. Veja por quê.
Entrevista a John Pilger
Julian Assange concedeu uma de suas entrevistas mais incendiárias, num encontro com John Pilger (John Pilger Special), cortesia de Dartmouth Films, na qual resume o que lhe parece mais crucialmente importante das dezenas de milhares de e-mails distribuídos por WikiLeaks esse ano.
Pilger, australiano como Assange, realizou a entrevista, de 25
minutos, na Embaixada do Equador em Londres, onde Assange está confinado
desde 2012, por medida de segurança, para evitar ser extraditado para
os EUA. Mês passado, a conexão de internet de Assange foi cortada,
alegadamente por “interferência” na eleição presidencial dos EUA, pelo
trabalho de seu website.
John Pilger: O que significa a intervenção do FBI nesses últimos dias da campanha eleitoral dos EUA, desta vez contra Hilary Clinton?
Julian Assange: O FBI tornou-se efetivamente a polícia política dos EUA. Demonstrou isso ao provocar a demissão do ex-diretor da CIA
[general David Petraeus] porque passara informação secreta para a
amante. Quase ninguém é intocável. O FBI está sempre tentando demonstrar
que ninguém consegue resistir a ele. Mas Hillary Clinton resistiu muito
acintosamente contra a investigação do FBI, o que gerou muita ira,
porque fez com que a instituição aparecesse em posição de fraqueza aos
olhos da opinião pública. Nós publicamos cerca de 33 mil emails de
Hillary, de quando era secretária de Estado. São parte de mais de 60 mil
emails, [dos quais] Hillary conservou cerca da metade, 30 mil. E nós
publicamos a outra metade.
Depois, estamos publicando os “Podesta emails“.
[John] Podesta é principal coordenador de campanha de Hillary Clinton,
portanto há um fio que percorre todos esses emails; há muita
“negociação” do tipo “pague para jogar”, pay-for-play, como eles
dizem, muito acesso liberado a estados, indivíduos e empresas, em troca
de dinheiro. [Esses emails] combinam-se com o encobrimento dos de
Hillary Clinton, de quando foi secretária de Estado, que gerou um
ambiente no qual aumenta a pressão sobre o FBI.
A campanha de Hillary disse que a Rússia está por trás dos
vazamentos, que Moscou manipulou a campanha e que é fonte de onde
WikiLeaks recebe seus emails.
O campo de Hillary conseguiu projetar esse tipo de histeria
neo-macartista: a Rússia sempre é culpada por tudo. Hilary Clinton disse
inúmeras vezes, mentindo, que 17 agências de inteligência dos EUA
teriam concluído que a Rússia seria a fonte de nossas publicações. É
mentira. Posso dizer, porque é absoluta verdade, que nossa fonte não é o
governo russo.
WikiLeaks publica já há dez anos. Ppublicamos 10 milhões de
documentos, vários milhares de publicações individuais, vários milhares
de diferentes fontes, e ninguém jamais encontrou informes falsos no que
publicamos.
Os emails que provam que se vendiam acessos [a autoridades],
que se trocava acesso por dinheiro, e o modo como a própria Hillary
Clinton beneficiou-se desse “mecanismo” e como ainda se beneficia
politicamente. São documentos realmente extraordinários. Penso no
representante do Qatar, que comprou e pagou com um cheque de 1 milhão de
dólares, o “direito” de falar diretamente com Bill Clinton, por cinco
minutos.
Do Marrocos, cobraram 12 milhões…
Exatamente, 12 milhões do Marrocos, é mesmo.
… para que Hillary Clinton comparecesse a uma festa.
Em termos da política externa dos EUA, e nesse setor os
emails são especialmente reveladores, porque mostram a conexão direta
entre Hillary Clinton e o surgimento do jihadismo, do Estado Islâmico (ISIS), no Oriente Médio. Você poderia comentar o modo como os e-mails
demonstram essa conexão? Afinal, os que deveriam estar combatendo
contra os jihadistas do ISIS, são, na verdade, os que ajudaram a
criá-lo.
Há um email do início de 2014, de Hillary Clinton, pouco tempo depois
de ela ter deixado o Departamento de Estado, dirigido ao coordenador
geral de sua campanha, John Podesta. Hillary diz que o ISIS fora
criado pelos governos de Arábia Saudita e Qatar. Esse é o email mais
significativo de toda a coleção, e talvez seja o motivo pelo qual há
dinheiro saudita e qatari em todos os cantos da Fundação Clinton. O
governo dos EUA até admite que algumas figuras sauditas tenham apoiado o
ISIS. Mas a fantasia que se criou sempre foi a de que seria dinheiro de
alguns príncipes “do mal”, usando o dinheiro que lhes cabe do petróleo
para fazer o que quisessem, mas que a ação seria desaprovada pelo
governo saudita.
O que aquele email diz é que não. Quem pagava naquele momento para manter o ISIS eram os próprios governos saudita e qatari.
Os sauditas, qataris, marroquinos, bahrainis, particularmente
os sauditas e os qataris, estão enchendo de dinheiro a Fundação
Clinton, no exato momento em que Hilary Clinton é secretária de Estado, e
o Departamento de Estado aprova negócios maciços de venda de armas,
particularmente para a Arábia Saudita.
Aconteceu durante o mandato de Hillary Clinton o maior negócio de
armas de toda a História, com a Arábia Saudita, [num total de] mais de
80 bilhões de dólares. De fato, durante o mandato dela como secretária
de Estado, o valor total em dólares, das exportações de armas dos EUA,
dobrou.
Claro, o outro lado dessa moeda é que o grupo terrorista
conhecido como ISIS foi criado, em grande medida, com o dinheiro do
mesmo pessoal que sustenta também a Fundação Clinton.
É.
É espantoso.
É verdade é que, no plano pessoal, Hillary Clinton me inspira muita
pena, porque vejo uma pessoa que está sendo devorada ao longo da vida
pelas próprias ambições, literalmente tão atormentada a ponto de
adoecer. Ela desmaia, como resultado doentio das próprias ambições. Ela
representa toda uma rede de pessoas e uma rele de relacionamentos com
Estados determinados. A questão é determinar o modo como Hilary Clinton
está encaixada nessa rede mais ampla. Ela é como um eixo de articulação
que centraliza e distribui as “energias”. Há várias alavancas distintas
em operação, desde os grandes bancos como Goldman Sachs e elementos
importantes de Wall Street, e da inteligência, e pessoal no Departamento
de Estado e os sauditas.
Ela é o eixo de articulação-distribuição que interconecta todos esses
diferentes braços. É como a representação central de tudo isso; e “tudo
isso” é mais ou menos o que se vê hoje na posição de mais poder nos
EUA. É o que chamamos de establishment ou de “o consenso da capital” [ing. DC consensus].
Outro importante email de Podesta, que já distribuímos, foi sobre como
se formou o gabinete de Obama; como mais da metade dos nomes que
constituíram o gabinete Obama foram basicamente nomeados pelo CityBank. É
impressionante.
CityBank é aquele que mandou uma lista…
Esse mesmo.
… com praticamente todo o gabinete Obama.
É.
Quer dizer que Wall Street decide quem fica e quem sai do gabinete do presidente dos EUA?
Se você acompanhava de perto a campanha de Obama naquela época,
percebeu o quanto a campanha rapidamente se aproximou dos interesses dos
bancos. Da mesma forma, ninguém pode compreender adequadamente a
política externa de Hillary sem compreender a Arábia Saudita. As
conexões com a Arábia Saudita são tão íntimas!
Por que Hillary manifestou-se tão entusiasticamente deliciada
com a destruição da Líbia? Você pode por favor falar um pouco sobre o
que os emails informam – sobre o que dizem a vocês –, do que realmente
aconteceu na Líbia? Porque a Líbia é quase diretamente a fonte de muito
do que hoje se vê acontecer na Síria: o ISIS, o jihadismo e tudo mais. E
foi praticamente a invasão construída por Hillary Clinton. O que os
emails nos contam sobre isso?
A Líbia é a guerra de Hillary Clinton, sim, mais do que de qualquer
outra pessoa. Barak Obama inicialmente se opôs. Quem promoveu, sempre
incansavelmente, aquela guerra? Hillary Clinton. Está claramente
documentado nos emails dela. Ela pôs seu agente preferido, Sidney
Blumenthal, nessa tarefa. São mais de 1.700 emails dos 33 mil emails de
Hillary Clinton que publicamos até agora, só sobre a Líbia. Não porque a
Líbia significasse petróleo barato. Mas porque ela viu a importância de
derrubar Gaddafi e destruir o Estado líbio –, importante para ela
mesma, porque viria a servir-se desse “feito” para concorrer à eleição
geral para presidente.
No final de 2011 apareceu um documento interno chamado Tick Tock On Libya que
foi produzido para Hillary Clinton, e é a descrição cronológica do que
ela fez como figura central na destruição do Estado líbio, que resultou
em cerca de 40 mil mortos na Líbia; então os jihadistas mudaram-se para
lá, o ISIS instalou-se lá, as populações residentes foram expulsas, o
que gerou o fluxo de refugiados e a crise dos migrantes para a Europa.
Não apenas gerou-se ali um fluxo de pessoas obrigadas a deixar a
Líbia, a deixar a Síria, e a desestabilização de outros países
africanos, por efeito direto do fluxo de armas para a região, mas o
próprio Estado líbio foi desmontado e perdeu a capacidade de controlar
os fluxos de migrantes que passaram a cruzar o país. A Líbia está diante
do Mediterrâneo e sempre funcionou como a rolha que continha a pressão
do resto da África. Por isso, pode-se dizer que [a destruição do Estado
líbio é a origem de] todos os problemas, problemas econômicos e a guerra
civil na África. Porque antes, os problemas não eram canalizados
diretamente para a Europa: a Líbia operava como guardiã do Mediterrâneo.
Exatamente o que, naquela época, início de 2011, dizia o coronel
Gaddafi: “O que esses europeus pensam que estão fazendo, tentando
bombardear e destruir o Estado líbio? Haverá inundação de migrantes e
jihadistas saídos da África, que entrarão diretamente na Europa.” Foi
precisamente o que aconteceu, efeito direto da guerra de Hillary
Clinton.
Você ouve reclamações de pessoas que dizem “O que é isso que WikiLeaks está fazendo? Estarão tentando pôr Trump na Casa Branca?”
Minha resposta é que Trump não será “autorizado” a vencer. Não lhe
permitirão vencer. Por que digo isso? Porque Trump tem contra ele todo establishment, todos os vários campos do establishment. Não há uma única área ou setor do establishment a favor de Trump. Talvez só, no máximo, os evangélicos, se se pode dizer que sejam um establishment.
Bancos, inteligência, empresas fabricantes de armas, dinheiro de fora
etc. todos esses apoiam Hillary Clinton. E a mídia-empresa comercial,
claro. Os proprietários das empresas comerciais de mídia e, também, os
próprios jornalistas seus empregados.
Há também a acusação de que WikiLeaks estaria associado com
os russos. Há quem diga “Ora, por que WikiLeaks não investiga nem
publica emails sobre a Rússia?”
Publicamos cerca de 800 mil documentos de vários tipos, relacionados à
Rússia. Muitos deles são criticamente importantes; e a partir do que
publicamos surgiram vários livros sobre a Rússia, muitos deles de
crítica à Rússia. Nossos documentos [sobre a Rússia] já foram usados em
inúmeros processos judiciais, dentre outros de refugiados, de pessoas
que fogem de algum tipo de declarada perseguição política de que seriam
vítimas na Rússia. Em vários desses casos, nossos documentos foram
citados em tribunais, como prova.
Como você, pessoalmente, vê as eleições nos EUA? Tem alguma preferência? Clinton ou Trump?
[Falemos para começar, de] Donald Trump. O que ele representa na
mente dos norte-americanos e europeus? Representa o lixo norte-americano
branco [que Hillary Clinton chamou de] ‘deplorável e imperdoável’. De
um ponto de vista de um establishment letrado cosmopolita urbano,
são gente que eles classificam como “lixo norte-americano branco”; são
intratáveis, é impossível confiar neles. Porque Trump representa muito
claramente – por suas ações e palavras, e pelo tipo de gente que
participa dos comícios dele – gente que não está “no meio”, que
claramente não é a classe média alta educada. Por isso, há esse medo de
se aproximarem daquelas pessoas, um medo social que degrada o status de
classe de quem quer que seja “acusado”, seja como for, de ajudar Trump —
inclusive criticando Hillary Clinton. Se você analisa o modo como a
classe média obtém o poder econômico e social que tem, aquele medo que
afasta de Trump faz absoluto sentido.
Queria falar sobre o Equador, o pequeno país que lhe deu
abrigo [e asilo político] nessa embaixada em Londres. Agora, o Equador
cortou a internet aqui, no prédio da embaixada, onde estamos fazendo
essa entrevista, pela clara, óbvia razão de todos terem medo de que você
intervenha na campanha eleitoral dos EUA. Você pode falar um pouco
sobre por que tomaram essa medida e o que pensa do apoio que o Equador
lhe dá?
Voltemos a quatro anos atrás. Pedi asilo ao Equador, nessa embaixada,
por causa do processo de extradição dos EUA. Um mês depois recebi
resposta favorável ao meu pedido. Desde então, a embaixada tem estado
cercada pela polícia: é uma operação policial muito cara, na qual o
governo britânico admite que esteja gastando mais de 12,6 milhões de
libras. Admitiram, faz mais de um ano. Agora, há policiais disfarçados e
vigilância por câmeras robôs de vários tipos. Significa que tem havido
confusão grave bem aqui, no coração de Londres, entre o Equador, país
com 16 milhões de habitantes, contra o Reino Unido e os EUA, que
colaboram com os britânicos. A ação do Equador é ação de coragem, na
defesa de princípios morais.
Agora, está aí a campanha eleitoral nos EUA. No Equador, haverá
eleições em fevereiro do próximo ano. E a Casa Branca sente a pressão
política resultante da informação verdadeira que estamos publicando.
O WikiLeaks nada publica de dentro de território ou jurisdição do
Equador, nada publica de dentro dessa Embaixada; publicamos da França,
da Alemanha, da Holanda e de vários outros países. Assim sendo, a
tentativa de chantagear o Equador se faz em torno do meu status de
refugiado; e isso, sim, é absolutamente intolerável. [Significa] que
[EUA] estão tentando atacar uma organização de mídia, uma organização
que publica documentos. Estão tentando impedir a publicação de
informação verdadeira, de alto interesse para o povo dos EUA e outros
povos, relacionada ao processo eleitoral.
Diga-nos o que aconteceria se você saísse a pé desse prédio onde estamos.
Seria imediatamente preso pela polícia britânica e seria
imediatamente extraditado para os EUA ou para a Suécia. Na Suécia nada
há contra mim, já fui liberado [pela Procuradora Geral de Estocolmo, Eva
Finne]. Não temos muita clareza sobre o que poderia acontecer na
Suécia, mas sabemos que o governo sueco recusou-se a garantir que não me
extraditaria para os EUA. Sabe-se que os suecos extraditaram 100% das
pessoas cuja extradição foi requerida algum dia pelos EUA, desde no
mínimo 2000. Nos últimos 15 anos, todos que os EUA quiseram extraditar
da Suécia foram extraditados. Os suecos recusam-se a garantir que não me
extraditarão.
Muitas pessoas me perguntam como você consegue superar o isolamento, dentro desse prédio.
Ora… uma das melhores qualidades dos seres humanos é que são
adaptáveis; uma das piores qualidades dos seres humanos é que são
adaptáveis. Pessoas adaptam-se e passam a tolerar todos os tipos de
violência e abuso, adaptam-se e começam a se envolver, elas mesmas, nos
abusos, adaptam-se à diversidade e seguem adiante. Quanto à minha
situação, sinceramente, já praticamente me institucionalizei – aqui [a
embaixada] é o mundo. Visualmente, é o mundo para mim.
Mundo sem luz do sol, para ficarmos só nisso, não é?
É o mundo sem sol, mas faz tanto tempo que não vejo o sol, que já nem me lembro.
É.
É. Você se adapta. Para mim o que realmente me irrita é que meus
filhos pequenos também se adaptam. Adaptam-se à vida sem o pai deles. É
adaptação muito terrível, que eles nada fizeram para ter de suportar.
Você está preocupado com eles?
Sim. Preocupo-me com eles, preocupo-me com a mãe deles.
Alguns diriam “Ok, nesse caso por que não põe fim a isso tudo, sai pela porta desse prédio e se deixa extraditar para a Suécia?”
A ONU [o Grupo de Trabalho da ONU contra Detenção Arbitrária]
examinou detidamente toda essa situação. Passaram 18 meses em discussão,
fizeram minha defesa formal, nos tribunais formais. Hoje, somos a ONU e
eu, contra a Suécia e o Reino Unido. Quem está certo? A ONU concluiu
que estou sob detenção arbitrária ilegal, privado de liberdade e que o
que ocorreu não foi feito segundo as leis que Reino Unido e Suécia são
obrigados a respeitar. Sou vítima de abuso e de prática ilegal. Quem
pergunta formalmente é a ONU: “O que está acontecendo aqui?” “Qual a
explicação legal pra o que está acontecendo aqui?” “[Assange] já
requereu que todos reconheçam sua situação de asilado.” [E o que se vê
é]
A Suécia já respondeu formalmente aos EUA para dizer que “Não
reconheceremos [o que a ONU determina]”. Essa reação deixa sempre ativa a
capacidade da Suécia para promover minha extradição.
Estranho muito que a narrativa real de toda essa situação não seja
exposta na mídia. Mas sei que esses fatos não combinam com a narrativa
do establishment ocidental. A verdade é que, sim, há presos
políticos no Ocidente. Existem. Essa é a realidade, e não sou só eu, há
muitos outros.
Prisioneiros políticos no Ocidente. Pois é. Há. Mas nenhum Estado
ocidental aceita chamar de prisioneiros políticos as pessoas que esses
estados prendem ou detêm por motivos políticos. O Estado chinês não fala
de prisioneiros políticos na China, o Estado do Azerbaijão não fala de
prisioneiros políticos no Azerbaijão, e o Estado norte-americano, o
Estado no Reino Unido, o Estado sueco tampouco admitem que também mantêm
prisioneiros políticos. São absolutamente incapazes de se verem como
realmente são.
Temos aí o caso da Suécia, país no qual jamais fui condenado por
qualquer crime, onde fui processado [pela Procuradora Geral em
Estocolmo] e absolvido, onde a suposta “vítima” declarou que tudo não
passou de encenação criada pela Polícia; onde a ONU declarou formalmente
que todo o processo é nulo, porque é ilegal. O Estado do Equador também
examinou exaustivamente o caso e concluiu que devia me conceder asilo.
OK, os fatos são esses. Mas… e a retórica, qual é?
Sim, é diferente.
A retórica só faz mentir e repetir a mentira segundo a qual eu teria
sido acusado de praticar um crime… sem jamais esclarecer que já fui
absolvido naquele processo. Sem jamais dizer que a suposta vítima,
naquele caso, já confessou que toda aquela ação foi urdida na e pela
Polícia sueca.
[A retórica] tenta encobrir a verdade evidente de que a própria ONU
já reconheceu formalmente que toda essa história é ilegal. Sem jamais
esclarecer, sem sequer mencionar, que o Equador avaliou formalmente todo
o processo e concluiu que, sim, sou vítima de perseguição política pelo
Estado norte-americano.
(fonte: http://outraspalavras.net/capa/julian-assange-hillary-e-a-candidata-do-1/)
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