A explosiva entrevista do ex-ministro da Cultura, Marcelo Calero à Folha, onde atribuiu a sua saída do Governo às pressões que sofreu para revogar um parecer contrário a um empreendimento imobiliário em Salvador vai levantar muita poeira e jogar lama não apenas em Michel Temer, mas também no reeleito prefeito da capital baiana, ACM Neto.
O prédio em questão é este que aparece aí em cima: o La Vue , um espigão de 30 andares na Ladeira da Barra, com um apartamento por andar e estrutura completa de lazer e serviços. São unidades de 260 metros quadrados, com quatro suítes e quatro vagas de garagem, além de uma cobertura de 450 metros quadrados.
A construção, que chegou a ser suspensa por uma liminar judicial, é contestada pelo Instituto dos Arquitetos da Bahia, que acusa a Prefeitura de Salvador de ter liberado irregularmente a obra, de 106 metros de altura, o que seria proibido, por exceder a altura permitida para não provocar o sombreamento na Praia do Porto da Barra e ferir a paisagem da Ladeira, onde existem monumentos tombados pelo Patrimônio Histórico.
Geddel – segundo o próprio ex-ministro da Cultura – indicou o superintendente do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) na Bahia, Carlos Amorim, que já ocupara o cargo e fora demitido por Juca Ferreira ano passado, que voltou ao cargo, noticiou-se, por sua “ boa relação com o prefeito ACM Neto”
No último dia 10, o procurador Pablo Coutinho Barreto pediu ao juiz da 4ª Vara Federal da Bahia a suspensão definitiva da obra, com o depósito judicial de tudo o que a construtora Cosbat Engenharia e sua parceira Viva Ambiental e Serviços (que atua em coleta de lixo em várias cidades nordestinas) já recebeu pelas vendas. O empreendimento era contestado há muito tempo e já havia sido objeto de confronto de Geddel, pelo Twitter, com vereadores da capital, a quem acusou de trabalharem contra a construção influenciados pelo banqueiro Marcos Mariani, filho de Clemente Mariani, cuja casa fica nas proximidades.
Geddel, que já estava às voltas com a Lava Jato, dificilmente terá condições de continuar no Governo, agora como “ministro do espigão”. A acusação de Calero é muito direta e específica e configura advocacia administrativa (art.321 do Código Penal) “na veia”.
Resta saber se o acovardado Michel Temer, digamos, demiti-lo-á…
(fonte: tijolaco.com.br)
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