Voltada contra búlgaros, romenos e ciganos, medida baixada por
Angela Merkel expulsa do país quem não encontrar emprego em no máximo
seis meses
No OperaMundi
O governo alemão iniciou um processo para expulsar do país os
imigrantes vindos de outros membros da União Europeia que não consigam
trabalho em até seis meses, segundo anunciou nesta quarta-feira (26/03) o
gabinete da chanceler Angela Merkel. A medida deve se tornar efetiva a
partir de junho, com objetivo de limitar a “imigração de pobreza”.
O projeto foi criado depois que cidadãos da Romênia e da Bulgária,
membros recentes da União Europeia, obtiveram permissão para circular
livremente por todos os países do bloco. No ano passado, 75 mil pessoas
desses países imigraram para a Alemanha e o governo espera que o número
dobre neste ano.
Com vistas a esses trabalhadores, especialmente os de etnia cigana, o
Executivo alemão aprovou um informe de 133 páginas estabelecendo que os
imigrantes da UE terão de três a seis meses para conseguir um emprego
na Alemanha. Caso esse prazo não seja cumprido, o imigrante deverá
retornar ao seu país de origem.
Os ministros do Interior e do Trabalho, Thomas de Maizière e Andrea
Nahles, respectivamente, apresentaram o documento para a imprensa, com o
título de “Questões jurídicas e desafios no uso do sistema de segurança
social por parte dos cidadãos dos Estados-membro da UE”.
“O número de imigrantes procedentes da Bulgária e da Romênia e os
problemas sociais que estão parcialmente associados à imigração são
manejáveis e controláveis a nível nacional, mas representam um problema
em várias cidades específicas, que possuem bolsões de pobreza”, afirmou
de Maizière. Segundo ele, focos de imigração como Frankfurt, Munique,
Hamburgo e Hannover já estão saturados de imigrantes desempregados do
leste europeu, que necessitam de ajuda social.
Apesar disso, de Maizière classificou o aumento da imigração para
Alemanha, que atingiu sua taxa mais alta em duas décadas no último ano,
como uma “boa notícia”. “É uma boa notícia quando os imigrantes vêm aqui
para trabalhar, treinar, estudar ou contribuir com o bem-estar e o
desenvolvimento da Alemanha”, afirmou.
O ministro também declarou que, apesar da preocupação com o número
crescente de romenos e búlgaros no país, eles geralmente se mudam para a
Alemanha para estudar ou trabalhar e têm menos probabilidade de ficar
desempregados do que cidadãos de outros países da UE. Romenos e búlgaros
representam 0,7% dos imigrantes que pedem ajuda social, acrescentou.
A medida proposta pelo governo de Angela Merkel, entretanto, não está
sendo bem aceita por todos os setores políticos alemães. O deputado do
Partido Verde Volker Beck declarou que a iniciativa “não é compatível
com o direito da União”. No entanto, a norma europeia estabelece o
direito de residência para os trabalhadores, mas de forma limitada, e,
portanto, a proposta do governo alemão será válida contanto que respeite
a livre circulação.
(Fonte: http://outras-palavras.net/outrasmidias/?p=16960)
Nenhum comentário:
Postar um comentário