segunda-feira, 13 de maio de 2013

Desventuras com o prefeito Márcio Lacerda

Texto escrito por José de Souza Castro: (do blog da KikaCastro)
A prefeitura de Belo Horizonte tem pela frente um grande desafio: acabar com o descrédito em que se encontra. Sobretudo em relação a obras, que no ano passado serviram de pano de fundo para a campanha de reeleição de Marcio Lacerda. A foto publicada no dia 10 deste mês pelo jornal "Hoje em Dia", mostrando uma máquina demolindo uma plataforma recém-construída para o embarque de passageiros no BRT da avenida Cristiano Machado, é mais que chocante. É um exemplo do que parece ocorrer, em geral, com as obras da prefeitura.
E não se pode jogar a culpa, nesse caso, à greve dos funcionários iniciada 11 dias antes, pois o fato gerador da demolição é anterior. Quem quer que seja o culpado, a conta será deixada, certamente, para que a população pagadora de impostos arque com o prejuízo. Não é o que afirma o prefeito, claro. “Isso não vai sair do nosso imposto de cada dia”, disse. Como acreditar, porém?
A demolição se deve a um erro grosseiro de engenharia: a plataforma ficou mais baixa do que as portas dos ônibus, algo inadmissível nesse tipo de transporte coletivo. O custo da obra demolida foi estimado pelo jornal em mais de R$ 1,8 milhão.
Outros erros têm ocasionado atrasos irrecuperáveis na execução das obras do BRT. No site da prefeitura, lê-se que Belo Horizonte foi a primeira, entre as cidades que vão sediar jogos da Copa do Mundo em 2014, a assinar com o governo federal contratos de financiamento do PAC da Mobilidade, totalizando mais de R$ 1 bilhão para a capital mineira. A grande maioria, acrescenta a informação oficial, “com término previsto para antes da Copa das Confederações” – que começa dentro de um mês. As obras do corredor da BRT na Cristiano Machado, iniciadas em setembro de 2011, deveriam ter ficado prontas há dois meses. Elas prosseguem ali e noutros dois corredores sem tempo certo para terminar.
Tais fatos explicam o descrédito que recai sobre programa apresentado há duas semanas pelo prefeito aos vereadores. (Só aos membros da Mesa Diretora, deve ter tido vergonha de uma apresentação pública, em plenário.) Nesse documento está escrito que serão construídos, até 2016, mais dois corredores de ônibus rápidos – os BRTs –, na área central da cidade e na avenida Amazonas. A previsão mais ambiciosa é o término, em 2017, da Linha 3 do metrô – um trecho subterrâneo entre Savassi e Lagoinha –, um ano depois da conclusão da Linha 2 e da modernização da Linha 1. Pelo andar da carruagem, planos de mobilidade urbana como esses não passam de obra de ficção, embora as obras previstas sejam extremamente necessáriaos.
Mas o programa do prefeito vai muito além. Chegam a 40 as metas a serem perseguidas nos próximos três anos. Curiosamente, não consta dele a construção do Centro Administrativo da prefeitura que Márcio Lacerda, segundo confirmou na última terça-feira, pretende construir num terreno próximo das Torres Gêmeas, prédios inacabados localizados no bairro Santa Tereza. Prédios inacabados... E Lacerda querendo nos deixar mais um!

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