Sábado, 14 de novembro, 11 - 12 horas da manhã (hora local).
A
França está (mais uma vez) em estado de choque - e desta vez também de
sítio. As fronteiras foram fechadas, o que significa que foi
estabelecido um controle de identificação para entradas e saídas do
país.
Na
sexta-feira, os ataques terroristas começaram às 09h20 da noite, com
três explosões suicidas nas proximidades do Stade de France, onde
jogavam as seleções francesa e alemã. Estavam presentes o presidente
François Hollande e o ministro de Relações Exteriores da Alemanha,
Franz-Walter Steinmeier, que foram imediatamente retirados do local. É
possível que os atacantes quisessem entrar no estádio.
As
explosões provocaram uma morte a mais. Houve um princípio de pânico no
estádio, com uma parte da plateia invadindo o gramado logo depois do fim
do jogo.
Enquanto
isto, novos ataques aconteciam, em outros cinco lugares, visando bares e
cafés. O mais grave deles aconteceu no Café Bataclan, onde havia um
concerto de rock. Neste local de dois a quatro terroristas (segundo
diferentes testemunhas) atiraram a esmo nos presentes, matando pelo
menos 79 pessoas. Também foi o último local a ter a ação encerrada, por
volta da uma da manhã, quando agentes de um esquadrão especial
anti-terror invadiram o recinto. Nos outros locais, os atacantes
disparavam de carros ou a pé, da rua. É possível que alguns destes
tenham participado de mais de um destes ataques.
Até
o momento a contagem oficial de mortos entre a população atingida é de
128, com 250 feridos, 99 deles em estado considerado muito grave. Por
isto a contagem das vítimas pode ainda aumentar.
No total 8 atacantes morreram, sete deles explodindo cintos ou coletes que usavam, ao se verem cercados. Um dos assaltantes foi morto pela polícia.
A
maioria dos analistas aponta o ISIS (Estado Islâmico) como o provável
responsável pelos ataques. Alguns aventaram a hipótese de ser a Al
Qaïda, porém muitos comentários afirmam que o estilo corresponde mais ao
ISIS do que a esta. Também há referências de alguns sobreviventes
afirmando que alguns dos assaltantes falavam que o ataque se devia ao
que estava acontecendo “na Síria e no Iraque”, onde o ISIS mantém
territórios sob controle. Também há o fato de que imediatamente antes
destes ataques o ISIS sofrera dois reveses graves, o primeiro na cidade
de Sinjar, no Iraque, que foi retomada pelo Peshmerga, o Exército Curdo,
e o segundo em Raqqa, na Síria, num bombardeio por drone
norte-americano, em que teria morrido (quase certamente) “Jihadi John”,
tido como o carrasco das execuções de prisioneiros filmadas e com vts
postados na internet. Ainda antes destes acontecimentos o ISIS assumira a
responsabilidade por um duplo ataque suicida no Líbano, que deixara 43
mortos e 239 feridos num subúrbio populoso de Beirute.
Não
se sabe ainda se os atacantes vieram de fora da França ou se já estavam
no país. Ainda não foi divulgada sua identidade. Paris está
praticamente bloqueada, com locais públicos fechados, controles nas ruas
e nos transportes. É possível que haja ainda outros atacantes ou
cúmplices em liberdade. As buscas continuam.
Num
outro desenvolvimento, a polícia alemã apreendeu um caminhão que se
dirigia para a França carregado com armamento pesado e explosivos. O
motorista, um montenegrino, está detido.
Uma
coisa é certa: estes ataques jogam água no moinho da direita ou da
extrema-direita não só na França, mas em toda a Europa. Também
dificultam a situação dos refugiados, vistos com suspeição por um grande
número de pessoas em quase todos os países na União Europeia. Vários
países fecharam ou estão fechando suas fronteiras. Na Alemanha os
ataques noturnos aos abrigos de refugiados continuam.
O
clima é de muito medo, insegurança e apreensão, inclusive aqui em
Berlim. Muitos analistas apontam que ações como esta, ou o possível
atentado contra o avião russo que caiu no Sinai, mostram uma grande
escalada das ações do grupo ISIS, em alcance mundial.
(fonte: http://cartamaior.com.br/?/Editoria/Internacional/A-Franca-em-estado-de-choque-e-de-sitio/6/34979)
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