terça-feira, 4 de agosto de 2015

Acompanhando o XXVIII Simpósio de História da Anpuh




Estive, semana passada, em Florianópolis, participando do XXVIII Simpósio, no campus da UFSC. Posso dizer que foi o melhor simpósio de todos que acompanhei, e olha que acompanhei muitos! 

Apesar disso, forçoso é reconhecer que o gigantismo do evento, já observado nos últimos simpósios, a par de demonstrar a vitalidade dos estudos históricos – reflexo da ampliação dos cursos de pós-graduação – reflete a impossibilidade de se acompanhar a maioria dos cursos, debates e simpósios temáticos oferecidos.

Como exemplo: havia 37 mini cursos ofertados, mas como todos aconteciam simultaneamente, só se podia acompanhar um. Foram oferecidas diversas oficinas, mas seus horários coincidiam com os dos mini cursos, logo, tinha-se de fazer uma opção entre um ou outro.

Excetuando-se a conferência de abertura e do encerramento, aconteceram mais seis, na terça e na quarta-feira. Em cada dia, tinha-se de fazer a opção, pois todas eram no mesmo horário. E dos 119 simpósios temáticos, interessantíssimos, só pude participar de um.
Para minha sorte, tanto o minicurso – Fotografia e História – e o Simpósio temático – História da História ensinada e os livros didáticos, que escolhi, não me desapontaram. Pelo contrário!

Assisti, ainda, a dois “Diálogos contemporâneos”. Na terça-feira: Os lugares das(os) historiadoras(es): feminismo e relações de gênero, com as professoras Margareth Rago, Cristina Scheibe e Alcileide Cabral.  Observação irritante: Como é que alguém pode assistir à fala das participantes da mesa, com os celulares ligados, mandando zap-zap a torto e a direito, ou vendo postagens do Facebook? Realmente, não dá para entender isso. Ainda que não seja cara, a participação no evento é paga e a pessoa vai lá pra quê? Pra ficar zapzapeando? Convenhamos, no mínimo é uma falta de educação que não tem tamanho!

E isso se repetiu na quarta-feira, no Diálogo História, memória e temporalidade, com Angela de Castro Gomes, Benito Schmidt e Eliana Dutra. Até laptops estavam ligados e seus portadores escreviam emails, enquanto se ouviam as palavras dos debatedores...

No final, colegas se conhecendo e, provavelmente, pensando que iremos nos encontrar, novamente, daqui a dois anos.

Um detalhe sobre Floripa. Já conhecia a cidade, sempre bela, mas pude observar que o crescimento está trazendo os problemas de trânsito, mendicidade, drogas. Pela primeira vez vi mendigos nas ruas, gente dormindo nas calçadas e bancos das praças. E recebi recomendações de motoristas de táxi para não andar a pé à noite, no centro, pois assaltos têm sido comuns. É pena!

E conversando com amigos e novos conhecidos, ouvimos a “voz das ruas”. Muitos haitianos chegam às cidades de Santa Catarina. E não estão sendo bem recebidos. Meu amigo me contou que quando ouviu conhecidos reclamarem, lançou a pergunta: - Mas seus ancestrais não eram imigrantes? Por que não podemos receber novos imigrantes agora?
E outro comentário muito interessante que ouvi. Numa cidade perto de Blumenau, os haitianos estão ocupando os postos de trabalho nos supermercados e os trabalhadores brasileiros reclamam que eles “trabalham demais” (sic). Não estão nem aí para a divisão do trabalho. Fazem de tudo: estocam mercadorias, colocam preços, levam o lixo pra fora... olha só que coisa absurda! Os brasileiros estão tendo uma dificuldade muito grande para convencer os trabalhadores haitianos de que quem estoca, só deve estocar; quem coloca preços só deve fazer isso e por aí vai. E além disso, eles não ligam se é feriado, dia de folga... trabalham com o mesmo ímpeto todo santo dia. Para os patrões, que gostariam muito de ver a escravidão reabilitada, é uma maravilha...

Algumas fotos, tiradas por mim:

Centro de Cultura e Eventos da UFSC
a turma do minicurso Fotografia e história



 
a turma do Simpósio temático
 
livros, livros e mais livros: não podiam faltar!



Margareth Rago falando




por do sol na Lagoa da Conceição




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