sábado, 30 de maio de 2015

“Os EUA não fazem isso pelo bem do futebol”, diz professor americano


“Eu estou chocado, você não está?”, diz John Shulman ao atender a reportagem do UOL. Ele tem uma opinião diferente sobre o envolvimento dos Estados Unidos no escândalo da FIFA. Professor convidado da Fundação Dom Cabral, especialista em mediação de negociações, cofundador do Centro para a Negociação e a Justiça dos EUA, e formado em direito pela Universidade de Harvard, ele acredita que a intervenção “não teve cunho legal, mas geopolítico”.
“Com essa ação, os EUA enviam dois recados. Para o mundo, o de que o nosso sistema legal pode te pegar se você estiver fazendo algo errado. Internamente, mostramos que tomamos a iniciativa de resolver a corrupção dos outros”, diz o professor.

E John entende tanto de geopolítica quanto de futebol. Seu currículo de mediador inclui diversos trabalhos ao redor do mundo, incluindo no Oriente Médio, na Índia e em Ruanda. Sobre o “soccer”, uma curiosidade: o hoje professor já jogou profissionalmente na Índia, onde, segundo ele, foi o primeiro jogador ocidental por aquelas bandas.

“Os Estados Unidos nunca deram a menor bola para o futebol. De repente, pela primeira vez na história, o The New York Times vem com a primeira página inteira falando do assunto. Aí eu me pergunto: por quê?”, questiona John. Para o professor, há vários pontos obscuros no envolvimento americano. “A logística de uma operação internacional deste porte simplesmente não vale a pena. Até porque não há um número de vítimas nos EUA que justifiquem tamanha mobilização”, argumenta ele. “Há empresas nos EUA muito mais corruptas do que a FIFA, pode ter certeza”, crava o especialista.

“Para mim, trata-se claramente do seguinte: são os EUA mobilizando seu aparato legal interno em prol de questões geopolíticas. No caso, para colocar pressão na Rússia (sede da Copa de 2018), com quem o país tem tido problemas recentemente, e no Qatar (sede da Copa de 2022), onde também existem questões geopolíticas”.

John cita ainda a chance para os EUA desestruturarem uma organização que, corrupta ou não, tem tentáculos de poder que fogem ao seu alcance. “A ONU está presente em vários países, mas os EUA têm poder sobre ela. Isso não acontece com a FIFA, o que causa uma ruptura da hegemonia americana.”

(fonte: http://www.diariodocentrodomundo.com.br/essencial/os-eua-nao-fazem-isso-pelo-bem-do-futebol-diz-professor-americano/)

Um comentário:

  1. Também me pergunto, desde o inicio de toda esta confusão, o que os EUA têm a ver com tido isto.
    Tb sempre me perguntei como é que, logo ele , consegue ficar de fora de copas do mundo e grandes eventos ligados ao futebol, que atraem as atenções do mundo inteiro.
    Muitas das transações fraudulentas da FIFA foram realizadas em território americano, o que poderia justificar a ingerência do tio Sam.
    E, talvez, tenham outros motivos.
    Com eles nunca se sabe de tudo, mas o autor aí não me convenceu... Continuo me perguntando o por que.
    De qualquer forma, já sabíamos que era tudo verdade, não é mesmo?
    Se o mundo não teve coragem de dar um basta, que tome uma carona nos americanos, ainda que tenha que ficar de olho nas suas intenções.

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