por Plinio Fraga
O Supremo Tribunal
Federal pagou R$ 250 pela camisa branca de um de seus ministros.
Confeccionada em tricoline extra com 100% algodão e fio 120 egípcio, tem
a frente pregueada e o colarinho do tipo smoking. A compra foi pescada
pela organização não governamental Contas Abertas. O Supremo preza a
elegância. Reservou R$ 1,4 mil para a compra de uma grande dracena
artificial e duas palmeiras leque artificiais. As plantas terão tronco
natural decorado com material preservado, como cipós e palhas. O valor
também inclui três vasos decorativos.
Parece frivolidade relatar gastos como esse da mais alta corte de
Justiça do país. Uma palmeira leque artificial pode ser só uma questão
de gosto estético duvidoso. Um desperdício a mais. Pior é o gasto com os
R$ 250 da camisa branca do ministro. Por que os contribuintes têm de
arcar com esse capricho?
De acordo com a Transparência Brasil, um ministro do STF demora entre
11 e 22 duas semanas para decidir um processo. Cada um deles tem, em
média, cerca de 3.000 processos em aberto, aguardando decisão. Será que o
meritíssimo não teve tempo de trocar de camisa? Será que houve alguma
emergência envolvendo seu nobre vestuário?
É possível que o meritíssimo tenha entornado café em sua camisa e
enfrentou o urgente problema da mancha do Judiciário. Pediu um auxiliar
que comprasse uma camisa nova, mas a conta terminou na grande mãe do
Tesouro Público.
Em tese, o Supremo é a elite do Judiciário. Será que não ocorreu a
este ministro que o salário mensal de R$ 31 mil que recebe é suficiente
para cobrir os gastos que se originem das manchas de sua carreira?
É possível listar uma quantidade enorme de baboseiras gastas com o
dinheiro público. O Senado, por exemplo, deslocou oito funcionários para
dar expediente na sala VIP que mantém no aeroporto de Brasília. A cada
ano, gasta R$ 200 mil só para dar esse conforto a 81 senadores.
Nesta semana, a Casa comprou um psicrômetro ao custo de R$ 1,1 mil. A
ong Contas Abertas descreveu o aparelho: “contém dois termômetros
idênticos colocados um ao lado do outro, servindo para avaliar a
quantidade de vapor de água encontrada no ar”.
A Câmara dos Deputados empenhou R$ 33,3 mil para contratar
apresentações teatrais. No palco, temas voltados à história do Brasil,
de Brasília e do Parlamento. Uma comprovação de que política é teatro e
ajuste fiscal e responsabilidade dos gastos são peças ficticias.
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(fonte: https://br.noticias.yahoo.com/blogs/plinio-fraga/stf-paga-camisa-de-ministro-e-mancha-reputacao-103954144.html)
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