quinta-feira, 25 de junho de 2015

A Câmara legisla sobre minhas “partes”? Não? Então, parem de encher o saco…

por Fernando Brito

Francamente, esta audiência na Câmara para discutir se existe “ex-gay” é uma dos espetáculos mais ridículos que o Brasil apresenta ao mundo.
Não tenho notícia que, em qualquer ponto da Terra um parlamento esteja discutindo esta questão. Talvez lá no Isis, enquanto estão discutindo a quem degolam, mas lá não tem parlamento…
O que é que suas excelências têm a ver com o que cada um faz, deixa de fazer, torna a fazer, desiste de fazer ou teima em fazer com suas “partes pudendas”?
Nem eu nem você pagamos os deputados para dizerem quem dá o que a quem.
Não existe nenhuma outra questão em relação às orientações (ou opções, como querem os conservadores) sexuais que se liguem ao interesse coletivo que não o respeito, a não-discriminação e a proteção legal e estatal a quem for vítima de violência ou de preconceito.
Se alguns pastores querem “salvar a alma” de gays e lésbicas da danação, estejam à vontade, desde que as pessoas queiram. Mas façam como pastores, não como deputados, porque o legislador a todos obriga com suas leis, e não há obrigação possível na sexualidade alheia.
Não concordo em muitas coisas, como concordo, com o Jean Willys porque ele é gay, mas porque penso semelhante nestas questões. Nem discordo do Bolsonaro por suas propaladas convicções de “macho”, mas porque ele é um sujeito reacionário e truculento.
Até porque ninguém vai interferir com as minhas ou as suas “partes”.
E não perturbar o muito – embora não tudo – o que vínhamos avançando em matéria de convivência e  respeito.
O que se tem de dizer, sempre, é que ninguém pode ser discriminado, maltratado, agredido ou até morto, como ocorre, por ser gay, hetero, mulher,  negro, branco, candomblecista, mórmon, budista  ou lá o que for. Não pode ser porque é um ser humano, essencialmente igual a mim ou a você.
Homofobia, como toda fobia, essa tem cura pela razão, não pela provocação.
No mais, lembro de um imbecil que, nos tempos de faculdade, resolveu fazer gracinha com o “Barbosinha”, um colega gay de outra turma. Colocou no mural da escola uma provocação que envolvia “robalos”. Barbosinha nem discutiu. Na primeira reunião pública em que o dito cujo foi, deu-lhe um murro caprichado – daqueles de um só – na cara diante de todo mundo.
Que me perdoem os “politicamente corretos”, mas bons tempos aqueles em o nariz que se metia nas intimidades alheias levava um corretivo destes.
Até porque ninguém vai interferir com as minhas ou as suas “partes”.
E não perturbar o muito – embora não tudo – o que vínhamos avançando em matéria de convivência e  respeito.
O que se tem de dizer, sempre, é que ninguém pode ser discriminado, maltratado, agredido ou até morto, como ocorre, por ser gay, hetero, mulher,  negro, branco, candomblecista, mórmon, budista  ou lá o que for. Não pode ser porque é um ser humano, essencialmente igual a mim ou a você.
Homofobia, como toda fobia, essa tem cura pela razão, não pela provocação.
No mais, lembro de um imbecil que, nos tempos de faculdade, resolveu fazer gracinha com o “Barbosinha”, um colega gay de outra turma. Colocou no mural da escola uma provocação que envolvia “robalos”. Barbosinha nem discutiu. Na primeira reunião pública em que o dito cujo foi, deu-lhe um murro caprichado – daqueles de um só – na cara diante de todo mundo.
Que me perdoem os “politicamente corretos”, mas bons tempos aqueles em o nariz que se metia nas intimidades alheias levava um corretivo destes.

(fonte: http://tijolaco.com.br/blog/?p=27786)

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