acesse o link: http://www.boatos.org/page/2
Christh Lopes* | 30/07/2014 15:15
A internet oferece uma infinidade
de oportunidades aos usuários. Por meio dela, podemos expressar ideias,
formar opiniões e dialogar com as pessoas. No entanto, este mesmo espaço
tem sido utilizado para divulgar informações falsas. Independentemente
dos motivos que levam ao seu compartilhamento na rede, a ideia do
jornalista Edgard Matsuki é desmentir tais notícias.
Jornalista desvenda verdade sobre boatos divulgados na web
Em junho de 2013, ele desenvolveu o Boatos.org.
A página mostra que diversas histórias curtidas pelos internautas não
passam de meras criações. Ao fazer a cobertura de tecnologia para
grandes veículos de comunicação, Matsuki “via
a necessidadede existir um espaço que explicasse o volume das
informações na internet e que seria um tema de interesse”, conta.
“Podemos
verificar alguns casos de notícias que enganaram jornalistas que não
conseguiram checar corretamente uma informação”, completa. Entre eles,
está a declaração do jogador da seleção argelina Slimani de que o time
iria doar o prêmio conquistado na Copa para palestinos de Gaza. O site foi o primeiro a desmentir a informação, divulgada em diversos veículos.
Tudo
funciona como uma bola de neve. No episódio do argelino, os portais
brasileiros tinham como referência jornais estrangeiros, que filtraram a
notícia de sites de futebol, que se basearam em um tuiteiro influente
que, finalmente, descobriu a informação por meio de um perfil falso do
atleta no Twitter. “Se a fonte da notícia fosse checada, não teríamos o
problema”, diz Matsuki.
Crédito:Reprodução
Página ajuda a conferir notícias falsas nas redes sociais
Na avaliação do
jornalista, a ânsia pela informação rápida tem dominado as redações pelo
dever de obter o furo de reportagem sobre o fato “A primeira
consequência é mais volume de informação, mais cópia e menos apuração. A
segunda são os boatos e as barrigas”, revela.
Apuração reforçada
Para
investigar as notícias que circulam na internet, Matsuki reuniu
estudantes e recém-formados em jornalismo pela Universidade Estadual de
Ponta Grossa (UEPG) que já haviam trabalhado com ele em outros projetos.
No momento, a equipe conta com oito profissionais dispostos a revelar o
contexto por trás do que é divulgado nas redes sociais.
Apesar
de reconhecer o potencial dos membros da iniciativa, ele revela que há
recomendações para que sejam verificados os dados de cada informação a
ser analisada. “Vale identificar sites que divulgam notícias falsas ou
duvidosas. Acho que o caso do Diário Pernambucano, que algumas vezes é
confundido com o Diário de Pernambuco, é emblemático”.
“Não
foram poucas as notícias desta fonte divulgadas como verdade. Por fim,
vale seguir sites como o Boatos.org. Até porque, o desmentido está
virando pauta no jornalismo”, diz. A principal ferramenta para o
trabalho de apuração pode ser mais simples do que se possa imaginar.
O
jornalista acredita que o Google pode ser um ótimo aliado do repórter
no processo de apuração de uma informação para uma reportagem, pois nele
podemos encontrar “fotos ou datas de indexação das matérias. É possível
fazer uma engenharia reversa de uma história”.
Novos projetos em pauta
Atualmente, o portal se dedica exclusivamente ao conceito
inicial, mas em ano de eleições, a página deve ganhar visibilidade,
devido ao número de informações falsas levantadas no período. “Estamos
sempre de olho. Nós vamos desmentindo na medida em que elas aparecerem",
revela.
“Há
apenas o cuidado de demonstrar que o site não tem nenhum objetivo
político”. Pelo trabalho desenvolvido durante um ano de iniciativa, o
reconhecimento chegou, mas de forma não muito agradável. “Já fomos
convidados para sermos parceiros de sites com objetivos partidários, mas
não aceitamos”, conta Edgard Matsuki.
Novas
ferramentas para o Boatos.org estão em pauta, como parcerias na mídia e
vídeos produzidos pelo portal. No entanto, o conteúdo das conversas não
foram revelados. “Por enquanto, estamos apenas na fase de negociações.
Mas não há previsão para as implementações”, conclui.
Recomendações
Apesar de tratar de diversos assuntos, o jornalista diz que tem
preferências sobre alguns temas, como supostos crimes, política e
religião. Em destaque, ele aponta as seguintes matérias.
Entre os casos repercutidos pela mídia, vale conferir:
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