segunda-feira, 4 de agosto de 2014

Jornalista desenvolve portal para desmentir notícias que circulam nas redes sociais



acesse o link: http://www.boatos.org/page/2                    

Christh Lopes* | 30/07/2014 15:15

A internet oferece uma infinidade de oportunidades aos usuários. Por meio dela, podemos expressar ideias, formar opiniões e dialogar com as pessoas. No entanto, este mesmo espaço tem sido utilizado para divulgar informações falsas. Independentemente dos motivos que levam ao seu compartilhamento na rede, a ideia do jornalista Edgard Matsuki é desmentir tais notícias.

Jornalista desvenda verdade sobre boatos  divulgados na web
Em junho de 2013, ele desenvolveu o Boatos.org. A página mostra que diversas histórias curtidas pelos internautas não passam de meras criações. Ao fazer a cobertura de tecnologia para grandes veículos de comunicação, Matsuki “via a necessidadede existir um espaço que explicasse o volume das informações na internet e que seria um tema de interesse”, conta.

“Podemos verificar alguns casos de notícias que enganaram jornalistas que não conseguiram checar corretamente uma informação”, completa. Entre eles, está a declaração do jogador da seleção argelina Slimani de que o time iria doar o prêmio conquistado na Copa para palestinos de Gaza. O site foi o primeiro a desmentir a informação, divulgada em diversos veículos.

Tudo funciona como uma bola de neve. No episódio do argelino, os portais brasileiros tinham como referência jornais estrangeiros, que filtraram a notícia de sites de futebol, que se basearam em um tuiteiro influente que, finalmente, descobriu a informação por meio de um perfil falso do atleta no Twitter. “Se a fonte da notícia fosse checada, não teríamos o problema”, diz Matsuki.

Crédito:Reprodução
Página ajuda a conferir notícias falsas nas redes sociais
Na avaliação do jornalista, a ânsia pela informação rápida tem dominado as redações pelo dever de obter o furo de reportagem sobre o fato “A primeira consequência é mais volume de informação, mais cópia e menos apuração. A segunda são os boatos e as barrigas”, revela. 

Apuração reforçada

Para investigar as notícias que circulam na internet, Matsuki reuniu estudantes e recém-formados em jornalismo pela Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG) que já haviam trabalhado com ele em outros projetos. No momento, a equipe conta com oito profissionais dispostos a revelar o contexto por trás do que é divulgado nas redes sociais. 

Apesar de reconhecer o potencial dos membros da iniciativa, ele revela que há recomendações para que sejam verificados os dados de cada informação a ser analisada. “Vale identificar sites que divulgam notícias falsas ou duvidosas. Acho que o caso do Diário Pernambucano, que algumas vezes é confundido com o Diário de Pernambuco, é emblemático”.

“Não foram poucas as notícias desta fonte divulgadas como verdade. Por fim, vale seguir sites como o Boatos.org. Até porque, o desmentido está virando pauta no jornalismo”, diz. A principal ferramenta para o trabalho de apuração pode ser mais simples do que se possa imaginar. 

O jornalista acredita que o Google pode ser um ótimo aliado do repórter no processo de apuração de uma informação para uma reportagem, pois nele podemos encontrar “fotos ou datas de indexação das matérias. É possível fazer uma engenharia reversa de uma história”.

Novos projetos em pauta

Atualmente, o portal se dedica exclusivamente ao conceito inicial, mas em ano de eleições, a página deve ganhar visibilidade, devido ao número de informações falsas levantadas no período. “Estamos sempre de olho. Nós vamos desmentindo na medida em que elas aparecerem", revela.

“Há apenas o cuidado de demonstrar que o site não tem nenhum objetivo político”. Pelo trabalho desenvolvido durante um ano de iniciativa, o reconhecimento chegou, mas de forma não muito agradável. “Já fomos convidados para sermos parceiros de sites com objetivos partidários, mas não aceitamos”, conta Edgard Matsuki.

Novas ferramentas para o Boatos.org estão em pauta, como parcerias na mídia e vídeos produzidos pelo portal. No entanto, o conteúdo das conversas não foram revelados. “Por enquanto, estamos apenas na fase de negociações. Mas não há previsão para as implementações”, conclui. 

Recomendações

Apesar de tratar de diversos assuntos, o jornalista diz que tem preferências sobre alguns temas, como supostos crimes, política e religião. Em destaque, ele aponta as seguintes matérias.


Entre os casos repercutidos pela mídia, vale conferir:

- Snowden pede asilo no Brasil em troca de informações.

* Com supervisão de Vanessa Gonçalves

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